quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Aniversário do CXC

Caros enxadristas,

Hoje, 28 de janeiro, é uma data especial para o xadrez brasileiro: o Clube de Xadrez de Curitiba está comemorando 72 anos de existência! Com certeza, um dos clubes de xadrez mais antigos do Brasil. Como comparação, lembro que o Clube de Xadrez de São Paulo tem 108 anos!!

Apesar do xadrez não ser "o" esporte do brasileiro, ele é muito popular em nosso país. Os torneios escolares que tem sido realizados, conseguem reunir até 2.000 crianças. Pelo menos como lazer, o xadrez é muito praticado. Profissionalmente ainda é para poucos, mas estamos numa evidente evolução!

O Clube de Xadrez de Curitiba segue sua tradição: realiza no ano diversos eventos importantes do calendário enxadrístico nacional. Nos dois últimos anos sediou o Campeonato Brasileiro Amador. Em 2009 realizou o Festival Nacional Interclubes de Xadrez - e foi o campeão, aliás, bi-campeão.

O CXC tem realizado palestras excelentes toda semana, com palestrantes do quilate de Frederico Matsuura, Justo Chemin, Ernesto Pereira, Henrique Marinho (que tem até fãs espalhados pelo Brasil que nos procuram para saber de suas palestras), Rodrigo Disconzi, Aloisio Ponti, Adwilhans Souza, Acyr Calçado, Aron Correa, Francisco Terzian entre tantos outros sócios do clube. Vale a pena visitar a página das palestras.

Atividades como aulas (Bolivar Gonzalez) e torneios de rápido e relâmpago são outra constante do clube.




O site do CXC: http://www.cxc.org.br/

Espero poder jogar o torneio dos 100 anos do CXC ao lado de dezenas de GMs brasileiros!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Brasil: 9º Grande Mestre

Amigos e amigas,

Felipe El Debs passa a ser o mais novo Grande Mestre brasileiro. Ele conquistou mais uma norma no último torneio realizado em Campinas, o "Wanderley Canson" ou "Canarinho".
Também o argentino, quase curitibano, Sandro Mareco, conseguiu sua norma. Outro que (falta confirmar) atingiu este objetivo foi o paranaense Everaldo Matsuura.
Esperamos que em breve o Krikor, que tem excelente blog. seja o nosso 10º Grande Mestre!

Parabéns a todos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte II

Em 1995 dei um curso de capacitação para professores da rede municipal de Curitiba, na maioria, professores de educação física. Ao final do curso estava previsto a projeção de um vídeo sobre o desenvolvimento do xadrez escolar na Argentina. Eu estava muito curioso em saber o que os argentinos faziam, pois lá estavam surgindo muitos bons jogadores que logo chegavam a Mestre Internacional.

Eu não conhecia, então, o que seria projetado. Poucos minutos após o início do vídeo, uma decepção total. O que se tentava mostrar eram torneios de xadrez escolar, praticamente sem som, imagens "empasteladas", de longe, ou seja, uma coisa horripilante, que pela precariedade de imagens, fui obrigado a interromper bruscamente. Todos os professores compreenderam imediatamente a falta de recursos audiovisuais para as aulas de xadrez.
Saí daquela aula com a intenção de realizar um vídeo que auxiliasse os professores de xadrez a despertar o interesse nas crianças e que servisse de "aula inaugural".
Naqueles tempos estava já em vigor a Lei de Incentivo à Cultura do município. Procurei auxílio de algumas pessoas que sabiam os caminhos burocráticos, inscrevemos o projeto e em 1996 ele foi aprovado. Já no final deste mesmo ano estávamos com quase todos os recursos disponíveis em conta (na época, em torno de R$ 100.000,00), através do incentivo das empresas Siemens (na época existia a Equitel).
O projeto era muito elogiado por todos por ter um valor educativo e com público direcionado para crianças. Por isto foi fácil conseguir o incentivo.
Nossa primeira missão foi elaborar o roteiro. A diretora e roteirista, Silvana Corona, conseguiu escrever um excelente texto, incluindo uma adaptação da lenda da origem do jogo de xadrez de um livro que eu tinha, do Malba Tahan, o famoso "O Homem que Calculava".
Contratamos o Beto Carminatti como camera e diretor de fotografia, juntamente com um recém chegado da academia de cinema de Cuba, que também foi diretor de fotografia, Luciano Coelho. Depois os produtores, equipe tecnica, atores e o figurinista. Aqui começa uma outra história ...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte I

Olá Amigos,



Já faz doze anos que lançamos o vídeo "Uma Aventura no Reino do Xadrez". 
Tenho certeza de que nossos objetivos foram cumpridos. Um vídeo que despertasse o interesse de crianças para aprenderem xadrez e que auxiliasse os professores numa espécie de "aula inaugural".
Os resultados obtidos me surpreenderam, recebi diversos elogios de professores de diversas cidades do Brasil e até de Portugal. 


Com o vídeo fui convidado a ministrar palestras, participei de evento no Rio de Janeiro ao lado de nomes como do Antonio Villar e do José Carlos Gonçalves Pereira. Também fui convidado pela professora Eugênia Oliveira da secretaria da educação de São Paulo a participar no ginásio do Pacaembu da festa de 450 anos da cidade, que reuniu vários simultanistas e os GMs Kasparov, Karpov, Anand, Morovic, Milos, Vescovi e Leitão. O que dizer então de participar de curso de extensão na Unicamp, com a profª Renata Bosso e o prof. William Idrani?
O resultado das vendas foi expressivo, mais de 1.000 vendidas (entre fitas vhs e dvds), sendo que em algumas prefeituras foram mais de 50 de uma só vez.
Ter conseguido vender 3 dvds para Portugal foram marcantes, saber que o nosso trabalho atravessava fronteiras e que de lá do velho continente também vinham elogios.
É muito gratificante quando ouvimos "o meu filho já viu tantas vezes que preciso de um novo dvd",  ou professores como o MI Antonio Carlos Resende dizendo que precisava de nova cópia, pois a dele já havia "desbotado", de tantas e tantas exibições.
Muitas pessoas me questionam sobre um novo vídeo para seguir os passos do primeiro. O projeto existe e o roteiro já está registrado na Biblioteca Nacional, mas é ainda muito caro para ser viabilizado. Estamos esperando uma oportunidade com a nova lei de incentivo à cultura.
Em próximos "posts" eu gostaria de contar um pouco como foi a produção deste vídeo, muitas coincidências aconteceram, tudo convergiu para que ele "nascesse".
Aguardem ...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Aron e o Xadrez

Salve enxadristas, libertários!

Para quem ainda não sabe, o campeão brasileiro de 1993, Aron Antunes Correa, está morando em Curitiba. O amigo Aron continua, vez em quando, a fazer aparições no Clube de Xadrez de Curitiba, seja para algum torneio, seja para dar uma palestra. No seu blog, É Turfe, vez ou outra conta alguma coisa de xadrez. Recomendo a leitura do interessante texto "Porque abandonei o xadrez e como ressuscitei Ninzowitsch".

Recentemente, no blog do atual campeão brasileiro, GM Giovanni Vescovi, este escreveu dizendo ser o campeão brasileiro de 1993. Buscando as notícias da época, verifiquei que ambos chegaram empatados no 1º lugar, do 60º Campeonato Brasileiro, realizado na cidade de Brasília. Como não poderia haver dois vencedores, um match desempate devia acontecer. Procurou-se um patrocínio que não veio, o Aron jogaria de qualquer jeito, Aron campeão (como publicado na revista Xadrez Coop, nº15/16, pag. 21). Uma pena, pois se todos queremos que o xadrez se torne um esporte menos amador no nosso país, o incentivo financeiro, a divulgação na mídia, a valorização de nossos talentos, tudo isso e algo mais, deveria ter sido considerado.

Comentando com o Aron sobre o que o Giovanni escreveu, ele me disse: "Pois é, ele podia pelo menos dizer que chegou empatado e que posteriormente não quis jogar o match desempate. Vi que alguém comentou sobre o assunto lá mesmo, nos e-mails enviados. Deu uma dura nele. Mas para mim, o fato dele afirmar ser o Campeão de 93 tem o mesmo efeito de uma patada de dinossauro, ou seja, nenhum, pois bem sabemos que dinossauros não existem mais".
O xadrez para o Aron, hoje, tem menor importância.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Odes ao Vinho





Salve enxadristas, libertários!


Para começar bem 2.010, nada melhor que um bom vinho. Que o diga Omar Khayyam, que no século XI escreveu os Rubaiyat (ou "odes ao vinho").

Seus versos fazem lembrar ao ser humano de que "estamos vivos", mas indaga, "por quê?". As respostas para brevidade da vida humana e a ausência de respostas. A valorização de tudo o que possa atenuar os sofrimentos humanos ou a produção do prazer.

Filósofo, matemático, astrônomo, poeta, enxadrista.

Conseguida a pensão vitalícia, pôde dedicar-se aos seus prazeres, ao ócio. Tal como entendia Aristóteles, ocupação e gozo intelectual e estético como compete ao homem livre. Que semelhança com nossos tempos, onde somos escravos do trabalho e do tempo ...

"Os nossos dias fogem tão rápidos como água do rio
ou vento do deserto.
Entretantato, dois dias me deixam indiferentes:
o que passou ontem e o que virá amanhã."

“Tu, cuja face humilha a rosa silvestre,
Tu, cujo rosto se parece com o de um ídolo chinês,
Sabes, tu, que o teu olhar aveludado tornou o rei da Babilônia
Parecido com o bispo do jogo de xadrez que recua diante da rainha?”

“Eis a única verdade.
Somos os peões da misteriosa partida de xadrez jogada por Alá.
Ele desloca-nos, detém-nos, avança conosco
E, por fim, lança-nos, um a um, na caixa do nada.”

Que Caíssa nos guie!'