quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Everaldo: Justa Homenagem


Amigos,


Antes de tudo quero pedir desculpas pelas poucas postagens durante o ano de 2010. Eu gostaria de contar muitas coisas, ainda estou na metade sobre a história do vídeo “Uma Aventura no Reino do Xadrez”, fui pouco a torneios e onde estava presente, como no último Aberto do Brasil Itaipu Binacional, fiquei apenas organizando, e ainda hoje tenho trabalho a cumprir sobre o evento.

Fazer parte da diretoria do CXC não é fácil, é uma tarefa que exige muito esforço e dedicação, às vezes deixamos de lado a nossa família, nosso ganha pão.

Não deixa de ser um trabalho gratificante, ainda mais quando vemos que ele dá bons resultados. Quem diria, dois Abertos do Brasil em seguida! Quem no Brasil conseguiu isso? Acyr e diretoria estão de parabéns em recuperar o clube. Daqui pra frente as exigências vão ser maiores. O trabalho duplica, os questionamentos aumentam, a responsabilidade e o peso nos ombros começam a nos envergar!

Uma das boas coisas que aconteceram no xadrez brasileiro este ano foram os novos títulos de Grande Mestre, em especial o que está chegando agora, no fechar das portas de 2010: Everaldo Matsuura!

O Everaldo é um dos jogadores mais assíduos em torneios no Brasil, principalmente em Curitiba. Jogador calmo, equilibrado, sempre simpático e atencioso com todos com quem conversa. Muito ponderado, acaba não tendo inimigos. Padrão dos Matsuura, como é o caso do irmão Frederico, boa praça.

Pela luta que teve o Everaldo durante todos estes anos de profissional do Xadrez, pela sua postura com os adversários, eis aqui uma mais que justa homenagem, de um personagem exemplar dentro de uma profissão onde tantos são vaidosos e muitas vezes arrogantes, um Grande Mestre exemplo para as novas gerações.



Saudações a todos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dia Mundial do Xadrez

Em 19 de novembro comemoramos o “Dia Mundial do Xadrez”. A data se refere ao dia do nascimento de um dos maiores gênios da história do xadrez, “a máquina de xadrez”, José Raul Capablanca.


O Clube de Xadrez de Curitiba, em comemoração, abre suas portas para o “I Aberto do Brasil Itaipu Binacional”, com presença de jogadores de vários estados do Brasil e de tres países, Cuba (terra natal de Capablanca), Paraguay e Argentina. Serão mais de 100 jogadores, atingindo os objetivos propostos.

Não é fácil organizar e divulgar um torneio. Os recursos são pequenos e os afazeres gigantes. O Xadrez já teve fazes áureas com seus mecenas, e agora procura encontrar os trilhos do profissionalismo. Analisar o público alvo, seus gostos, características, produtos de consumo, formação acadêmica, posição sócio-econômica-cultural e outra série de parâmetros mercadológicos ainda estão distantes dos entendimentos dos atuais dirigentes do Xadrez.

Porém, isto já começou a mudar. Uma série de iniciativas muito interessantes despontaram nestes últimos dois anos no Brasil (claro, lá na Europa a história é diferente).

Neste torneio que hora organizamos, já pudemos fazer um projeto: planejamento, objetivos, justificativas, orçamentos e resultados. Lógico, ainda muito distante do “business”, mesmo porque ainda nos falta alguma experiência, certamente sendo adquirida com o evento.

A estruturação com que é necessário passar o nosso esporte começa pelos clubes. As entidades federativas também fazem parte deste processo, e já vemos alguns bons exemplos em andamento.

Não quero me aprofundar agora no tema. Gostaria de fazê-lo com mais calma, após o evento, e poder responder algumas questões das quais ainda tenho muitas dúvidas.

De qualquer forma, deixo aqui para que outros possam refletir e discutir em um breve futuro como poderíamos continuar esta transformação.

E um especial abraço ao amigo Ivan Justen, verdadeiro poeta da vida!

Abraços a todos!
Léo
 

domingo, 31 de outubro de 2010

Fier Sem Medo

Alô Amigos,



Quem nunca ouviu falar do Conde de Isouard e o Duque de Brunswick? Estes senhores ficaram imortais! Vítimas do gênio de Paul Morphy e a sua mais que brilhante “Partida da Ópera”. Afinal, uma partida de xadrez simplesmente não existe sem dois oponentes. Pena que muitas partidas, principalmente em simultâneas, o adversário é só o “aficcionado”.

Pois bem, tive o privilégio de jogar contra o GM Alexandr Fier, o “no fear”, “a fera”, na quarta-feira, dia 27 de outubro de 2010, um dia histórico para o Clube de Xadrez de Curitiba!

O Fier jogou contra 23 adversários ao todo, entre eles o seu pai, Luciano e vários outros jogadores, alguns veteranos, como o “seu” Luiz Carlos Gomes de 76 anos, outros ainda muito novos, como o Samuel, de 9 anos. Partidas de 1 hora para o simultanista, e 30 minutos para os desafiantes.

O “cara” é mesmo uma fera! Mal olhava as partidas para decidir rapidamente o seu lance. Rapidez incrível de raciocínio e imaginação. Ainda assim, com problemas estomacais, cedeu 4 empates (Murilo, Jorge Ibañez, Carlos Lunelli e o Luciano).

A minha partida foi a segunda a terminar. E de que forma! Eu não temi a sua famosa agressividade enxadrística, resolvendo ter uma luta franca e aberta, com possibilidades táticas. É bem verdade que eu estava um pouco desconcentrado, pois eu queria filmar tudo, ver suas reações, enfim, documentar a exibição histórica.

Confesso que fiquei muito impressionado com a desenvoltura enxadrística do Alexandr, apesar de já conhecê-lo e tê-lo enfrentado, quando ele ainda tinha lá seus 7 anos e outra vez, numa relâmpago, quando ele já era Mestre Internacional de Xadrez.

Muito peculiar foi a felicidade dos vários participantes, por estarem podendo enfrentar um Grande Mestre, que já esteve entre os top 100 do mundo, e tem toda a condição de voltar a este patamar, pois ele tem apenas 22 anos.

Bem, vamos ao que interessa:

Alexandr Fier x Léo Pasqualini de Andrade, simultânea, 27/10/2010

1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cf3 Fier e outros GMs preferem variantes sem dar chances ao adversário. 3...Cf6 4.Cc3 c5 Optei por esta antiga variante, arriscada, mas e daí? 5.cxd5 exd5 6.g3 Cc6 7.Bg2 Be7 8.0–0 0–0 9.dxc5 Bxc5 10.Bg5 Be6 Com pouca inspiração, uma variante estranha, para confundir o adversário. Porém, ao que parece, quem se confundiu fui eu. A ideia mais natural me parecia jogar d4. 11.Tc1 Fier ameaçou tomar o cavalo em f6, hesitou e decidiu pelo lance de desenvolvimento, corretamente. 11...Be7 12.Cb5! Escolhendo o melhor plano, bloqueando a casa d4. Eu fiquei um pouco desorientado com este lance, ele andava rapidamente pelos tabuleiros, e quando vi ele já estava de volta, e acabei jogando sem pensar muito. 12...a6? Um erro. Pura perda de tempo. Tc8 era absolutamente natural. 13.Cbd4 Db6?! Lance muito otimista, mas com a falha original que acabou servindo de plano para as brancas alguns lances depois. 14.b3 Fier parece não querer arriscar, ou então guardar o trunfo para quando as negras escolherem a variante definitivamente perdedora. Psicologicamente me deu mais otimismo ... 14...h6?! Pois é, isto ajuda o plano das brancas, enfraquecendo decisivamente o roque negro. 15.Be3! Da5?? De novo, um lance otimista, mas um grave erro que Fier não aproveita imediatamente! As brancas deveriam capturar ou o cavalo de c6 ou o bispo de e6, ambos com excelentes chances para as brancas. 16.a4? Ué, não entendi! Na hora me pareceu que o Fier não estava muito bem, eu atacando e ele se defendendo. Talvez os problemas de estômago estivessem influenciando o jovem GM. 16...Tac8?? Bem, agora sim, o erro decisivo. Talvez o Fier julgasse que eu faria este lance, por ser natural, sem que eu percebesse que ia em cheio de encontro com as ideias dele. 17.Cxe6 fxe6 18.Bh3! Depois deste lance, estou definitivamente perdido. 18...Tcd8 19.Bxe6+ Rh8 20.Ch4! d4 Outro erro, mas a partida já estava decidida para as brancas. Aqui eu imaginei que poderia complicar a vida do simultanista, pois criava uma contra-ameaça, além do que a minha dama poderia ir para a ala do rei rapidamente. Nem imaginava o tamanho da enrascada em que me metia! Fier parecia inspirado. 21.Cg6+ Rh7 22.Dd3!! Não Fier, pensei, o que que ele quer com este lance? Pra que fui perguntar ... 22...dxe3 23.Cxf8+ Rh8 24.Dh7+!! Fier nem piscou para - literalmente - executar os últimos lances. Eu percebi que ele queria que eu tomasse rapidamente a dama, meio que ficou esperando enquanto se dirigia ao tabuleiro ao lado. Fingi que não era comigo e deixei ele ir, enquanto eu ainda estava atordoado, anotando o lance e observando, totalmente incrédulo, o meu cavalo babando para capturar a dama. Enquanto eu já me preparava para que o Fier assinasse a minha planilha, chegou o Disconzi. Quando ele viu a posição, exclamou alto: "o que é isto!!". Só apontei a ele a casa g6, e ele me disse, "voce pode por no seu blog...". Sim, espero que a imortalidade exista, com este sacrifício de dama. 1-0.

Após a partida comentei rapidamente com o Fier, que só me disse que era um plano que ele já havia jogado num pan-americano ...
Jorge Ibañez, Carlos Lunelli, Murilo Gimenez, Alexandr Fier, Acyr Calçado e Luciano Fier
(foto de Marcos Werner)


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Xadrez em Cuba: Livre!

Alô amigos, libertários!!

Na semana passada tive a oportunidade de conhecer o Mestre Internacional de Xadrez, o cubano Gerardo Lebredo.

Figura muito simples e simpática, conversamos muito sobre Xadrez (claro!), Cuba (claro!), política (nem tão claro ...) e tomamos vinho (deixamos as cubas libes de lado ...). O Lebredo não escondeu os segredos da educação de xadrez cubana, até ministrou um curso no CXC para professores.

Posso dizer que foi muito útil o curso. Aprendemos ideias novas, atividades e questões pedagógicas pela ótica do russo Majmutov. Senti apenas a baixíssima presença de professores interessados em se orientar e progredir na arte de ensinar xadrez. Acho até que uma espécie de preconceito continua rondando, com o pensamento do senso comum de que o nobre jogo é apenas para classes sociais privilegiadas ou para pessoas de alto QI. Quanto engano!

Todas aquelas crianças que podem (e devem) começar a aprender xadrez ainda em idades precoces, a partir de 6 ou 7 anos, se desenvolvem intelectualmente, com certeza, como também observou o mestre Lebredo. Ensinar a pensar, obrigar a pensar, eis o grande mérito do jogo de Xadrez!

Lebredo também fez uma palestra, versando sobre seu inesquecível compatriota, o gigante José Raul Capablanca. Muitas fotos desconhecidas para mim, sobre os lugares de Havana, a casa onde morou Capablanca, seu funeral e com seu pai, ainda muito jovem. Lebredo também contou um pouco da história do xadrez em Cuba, desde seus primórdios, a visita do genial Paul Morphy, a Olimpíada de Havana, uma aluna de Capablanca, etc.

A simultânea do Lebredo teve uma abertura insólita: pouco depois de sua apresentação aos participantes, o sócio do Clube de Xadrez de Curitiba, Luiz Carlos Gomes, fez um discurso emocionante. Foi um agradecimento à oportunidade de enfrentar o mestre cubano e de sua presença no nosso clube. E quase que o Lebredo perde a partida para o “seu” Luiz Carlos. A força de vontade deste senhor de 76 anos é impressionante, um grande exemplo para muitos jovens que tem a saúde boa. O senhor Luiz Carlos Gomes saiu emocionado, como um jovenzinho, alegre, feliz, por ter enfrentado o mestre de igual por igual, uma experiência mesmo incrível, de vitalidade. Meus parabéns ao “seu” Luiz Carlos, quero vê-lo nos próximos torneios de xadrez no CXC!

Sobre a sociedade cubana, o Lebredo contou muitas coisas que me deixaram pensando ... Em dado momento perguntaram a ele qual era a profissão mais procurada em Cuba. Ele respondeu que a de médico ainda se destacava, apesar dos baixos salários. Fez até uma comparação, de que o camelô que vende amendoim e outras coisas pode até ganhar mais dinheiro que o médico! Por outro lado, ele mencionou a diferença das atitudes dos médicos de lá com a de outros países “capitalistas”. Por exemplo, os médicos em Cuba, para terem menos trabalho, procuram “realmente” curar o paciente, não “amarrá-lo” como cliente!

Sobre outras profissões, ele mencionou a dos esportistas, como ele próprio, e a dos artistas. Como jogador de xadrez ele já conhece praticamente o mundo inteiro, por ter participado de inúmeros eventos de xadrez, seja acompanhando atletas, seja atuando efetivamente. É bom lembrar que ele tem voltado todo ano para o Brasil. Também é bom lembrar o enorme apoio que Fidel Castro dá ao xadrez, com programa de televisão aos sábados, em um dos horários mais cobiçados da Tv cubana!

Os artistas (principalmente os músicos) são muito respeitados e venerados em Cuba. Aqueles que têm projeção internacional e que ganham muito dinheiro no exterior, estes são “muito ricos” em Cuba!

Um país onde não se nota a miséria, violência, todos tem acesso à saúde, alimentação, teto, apesar das restrições e simplicidade dos mesmos (Lebredo).

Acho que temos muito a aprender sobre o que se passa em Cuba, acho que é necessário passar um tempo lá para entender mesmo as diferenças.

Que tal um banho de mar em uma das mais belas praias caribenhas, a de Varadero??

Lebredo, ouvindo atentamente o sr. Luiz Carlos

domingo, 17 de outubro de 2010

Olimpíada de Xadrez

Olá amigos,

Terminou recentemente a 39ª Olimpíada de Xadrez em Khanty-Mansiysk.


Mais uma vez, uma festa impressionante. A nata do xadrez mundial estava lá, com pouquíssimas exceções.

Está aí uma coisa da qual sinto inveja, de nunca ter ido a uma, pelo menos para passear.

Lembro de relatos, dos mestres Hélder Câmara, Rodrigo Disconzi e Aron Corrêa, entre outros, sobre suas participações. Em 2004, o amigo Ivan Nogueira me trouxe uma camiseta de recordação (Calviá).

Uma abertura e encerramento muito bonitos, um espetáculo, como alias, acontece nos Jogos Olímpicos e na Copa do Mundo.

Lamento que a divulgação de eventos de xadrez, ao menos no Brasil, seja praticamente nula. Por que será que a mídia não divulga? Faltam patrocinadores?

Infelizmente, tem que aparecer um novo Bobby Fischer para sacudir o mundo, novamente. Naquela época, nunca se vendeu tantos jogos de peças e livros de xadrez. Fischer recusou ser garoto propaganda de diversas marcas. Pouco à pouco, principalmente com a saída de Kasparov do “olimpo” das competições, de novo o ostracismo.

O trabalho que tem sido feito pelos atuais dirigentes de federações e clubes no Brasil ainda é muito amador. Aqui no Clube de Xadrez de Curitiba, estamos tentando mudar um pouco esta “síndrome de viralatas”. Brigamos muito para reaparecer na mídia e já começam a aparecer novos ares (“sopros”) de exposição.

Devemos reconhecer que o trabalho feito pela CBX está surtindo algum efeito. É inegável o resultado obtido pela equipe brasileira (17º!), o melhor até agora em 39 edições.

Menos pés, mais cérebro.

sábado, 28 de agosto de 2010

Xadrez e Inclusão Social

Meus amigos,

O Clube de Xadrez de Curitiba tem realizado um trabalho que vai além da mera competição de xadrez.
Com o intuito de participar ativamente para a nossa sociedade, alguns projetos estão sendo realizados.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Novidades por aí

Amigos,
O Brasil ganha mais um Grande Mestre: Krikor Sevag Mekhitarian. Graças a seu esforço pessoal e determinação, conseguiu o seu objetivo mais imediato, o título de GM da FIDE. Parabéns ao Krikor, espero que o Clube de Xadrez de Curitiba o receba em breve, mais uma vez.

Além disto, lembro que o CXC vem realizando vários eventos cuja finalidade é o da confraternização entre os sócios, e consequentemente o crescimento do Xadrez, principalmente em nosso clube. Caso específico foi a “Festa da Tainha”, que obteve estrondoso sucesso, surpreendendo a todos, pois superou em muito as expectativas. O que mostra que estamos no caminho certo.

Não posso deixar de abordar aqui no meu espaço um problema que ocorre frequentemente no Xadrez Brasileiro: a falta de verbas.

Sinceramente, não há outra saída que não a de abordar de forma profissional o assunto. Infelizmente, nosso esporte é ainda muito amador no Brasil. Como todos, temos que sobreviver, nossa atividade principal nos toma praticamente todo o tempo, sem nos deixar ir mais a fundo no empreendimento Xadrez.

Eu, pessoalmente, tenho lutado muito por ideias que tragam a mídia, que escancare os inúmeros benefícios para as crianças, do Xadrez como parte da educação.

No perfil do enxadrista, pessoas estudiosas, ponderadas, que analisam os riscos e tomam decisões pensadas. Que tal?

O poker, uma pratica onde a sorte tem boa parcela na vitória, tem ganhado terreno. Simplesmente porque houve profissionalização, daí o aumento do dinheiro circulante, daí o aumento de adeptos, daí o aumento maior ainda do dinheiro ...

O nosso amigo de Lages, o Alfeu Varela Junior, não está conseguindo patrocínio para o Mundial universitário. Torço muito que o pessoal de Lages consiga.

O Xadrez Brasileiro agradece.

sábado, 10 de julho de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte V

Oi Pessoal,

Eu estava devendo contar outras partes sobre o vídeo "Uma Aventura no Reino do Xadrez". Muitas tarefas apareceram, e deixei o blog de lado. Interessante como estas postagens repercutiram, e foi o que me deixaram sobrecarregado!
Mas voltando a nossa saga da realização do vídeo, chego à parte da produção em si. Momento das contratações da equipe tecnica, figurantes, atores, locações ... outra aventura!
O cineasta Beto Carminatti veio em casa com a indicação daquele que seria o nosso diretor de fotografia, também cineasta, na época recém chegado de Cuba, de um curso de cinema, o Luciano Coelho. Tres Lucianos no mesmo filme, teria sido alguma conjunção de astros??
Houveram também entrevistas para as atrizes que interpretariam a rainha branca e a rainha negra. Quanto a rainha negra, não havia dúvidas, a atriz preferida era a Silvia Natureza. Um pouco mais difícil foi acetar com a rainha branca, que acabou se encaixando bem no papel, que acabou tendo uma atuação muito boa, a Fábia Leite. Outra coincidência, ela era filha de um colega do dono da empresa que eu trabalhava, do Cezar Milazo. Quando eu fui levar a fita para o Milazo, ela estava lá! Hoje ela é uma premiada atriz e roteirista de teatro! A Silvia já era uma atriz reconhecida, que teve também uma atuação inesquecível no vídeo. Aliás, as atrizes tiveram grande destaque.
O ator que foi o rei branco, Paulo Friebe, infelizmente já se foi. Ele faz parte da capa VHS original. E o rei preto, acabou sendo o Luciano Buchman, quem diria? O mesmo cara que fez o figurino. Este, literalmente, vestiu a própria fantasia!
Com os demais participantes da partida "ao vivo" que representaram as peças brancas e pretas, foi através do "book" da empresa de figurantes.
O Cauê (o garoto do filme), é o próprio sobrinho da Silvana. Ele tem muito orgulho de ter participado. A mãe dele, a Eliana, nos confidenciou que em retribuição a um CD recebido de presente do músico Vítor Ramil, ele deu o "seu" trabalho, o DVD "Uma Aventura no Reino do Xadrez" como retribuição ...
A Eliana, foi a diretora de arte e cenógrafa.
E o cineasta Paulo Munhoz fez foi um dos figurantes junto com o irmão gemeo Luiz Renato. Fizeram as "torres gemeas", digo, torres brancas.

Depois tem mais!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Um pouco mais de Sófia

Alo Amigos,

Na postagem anterior esqueci de dizer uma cena que me despertou grande curiosidade: eu estava esperando o meu amigo, Dimitar, sair de reunião com o ministro das energias, lá da Bulgária. Fiquei aguardando bem na frente do prédio. Um prédio velho, mal conservado (pelo menos por fora, como descobri com todos os outros imóveis que vi). Estávamos eu e os motoristas, do ministro, do Dimitar, e mais os seguranças do ministério, todos ali fora, numa rua estreita. O estacionamento do prédio era pequeno (não existem vagas subterrâneas ou cobertas, não!). Foi quando passou um casal, cada qual empurrando um carrinho de bebê com seus "passageiros". Pararam bem na porta do ministério, e sem a menor preocupação, trocaram as fraldas dos pimpolhos ali mesmo. Os motoristas e seguranças conversavam abertamente (pelo que consegui entender, sobre carros, os melhores, mais confortáveis, mecânica, etc). Falavam alto, muito espontâneamente emitiam suas calorosas opiniões. Imaginei que no Brasil estes caras já estariam demitidos por mal comportamento ... foi quando um carro que passava pela rua, e que não deu a vez para outro que saia do ministério, sofreu uma leve "fechada". Indignado o condutor berrou para o motorista do luxuoso carro oficial, com certeza não com palavras doces ... Que coisa! Ofender uma autoridade, pensei! E houve mais esbravejamentos dos meus colegas para o "pacato" carro lá de fora. Enquanto isto, os bebês já estavam sequinhos e arrumadinhos para continuar o seu passeio vesperal ...
Outra cena "non sense" eram aqueles velhos bondes e onibus elétricos circulando pelas ruas centrais. Meu pai contava dos bondes que existiam em São Paulo, na metade do século passado.
A Rossi, esposa do Dimitar, depois de sairmos de um Shopping, novinho em folha lá de Sófia, se no Brasil haviam semelhante conjunto de lojas ... o Dimitar respondeu à ela: "há muito tempo ...". Pensei, eles acham que moramos na selva, rsrsrsrsrsrsrs. E aqueles bondes???
Outra recordação muito boa é quando eu dizia para as pessoas com quem tive que conversar (comerciantes), que eu era brasileiro. Todos olhavam para mim com mais atenção e curiosidade, sempre abrindo um sorriso largo e singelo. Me pareceu que vinha à mente das pessoas pensamentos bons! De qualquer forma, me fizeram me sentir muito bem!
Eu tinha muito medo da comida, talvez estranha, talvez muito "pesada", gordurosa ... nem tanto!
Também teve um dia, quando eu andava por uma das ruas centrais, que um cara que passou ao meu lado e me perguntou alguma coisa naquela língua maluca. Surpreso, perguntei, "o quê??", e logo lembrei que eu deveria ter tentado algo em ingles, "what??". Aí o cara perguntou em ingles, "what time is it??", e eu mostrei a ele o meu relógio, ainda muito surpreso e desconfiado ... o cara, bem vestido, caminhou um pouco mais à frente, parou, me olhou, e tirou um cartão do bolso, dizendo que eu poderia entrar em contato quando quisesse, que ele me ajudaria,  e eu, sem olhar o cartão, disse que já estava voltando da Bulgária, e ele insistiu, dizendo que era possível ainda à noite ... e foi embora. Parei, olhei o cartão que dizia, "as mais belas acompanhantes, 1 hora, 50 euros". Como é que pode? Estes caras reconhecem estrangeiros em qualquer lugar, he, he...
Acho que foi neste dia, eu entrei numa igrejinha russa. Fiquei observando o estilo arquitetônico, o silencio, as pessoas (na esmagadora maioria, mulheres), entrando e acendendo uma vela, rezavam por um minuto, e iam embora. Eu sentei numa das poucas cadeiras que ali haviam, pouco atrás de uma senhora com fisionomia muito triste à minha frente. Fiquei ali um tempo, tentando entender, sentir aquela atmosfera silenciosa e contemplativa. Comecei a me sentir mal. Aquele ambiente não era pra mim, definitivamente! Saí rapidamente à rua, querendo respirar ...
Só vi dois pedintes na rua. Uma senhora bem velhinha e um rapaz que me parecia mais um desajustado. Um ou outro transeunte lhes concediam uma moeda ... Perguntei ao Dimitar, não tem miseráveis em Sófia? Gente dormindo nas ruas? Ele me disse, "tem sim, tá cheio, a gente não vê porque eles vão dormir nas florestas ..."; ah é??
O interesse do Dimitar é mesmo o futebol. Esportes, mas o futebol em primeiríssimo lugar. Adora o futebol brasileiro. Me confidenciou que muitas vezes queria voltar ao Brasil. Que não queria de jeito nenhum ter saído do Brasil!! Naquela época, ele tinha que servir o exército, durante dois anos! Taí um dos brasileiros de alma e coração! Talvez mais que muitos de nós por aqui ...

Seguem algumas fotos:







Até a próxima!!



sexta-feira, 28 de maio de 2010

Mundial em Sófia, Anand e Topalov

Caros Amigos,

De volta e finalmente postando esta longa notícia!

Quando o vulcão na Islândia, o Eyjafjallajoekull, começou a soltar suas cinzas, imaginei: “bem, tenho uma boa desculpa para não ir à Sófia... Depois os aeroportos reabriram e o match pelo campeonato do mundo entre Anand e Topalov iniciava! Engraçado, um vulcão na Islândia prejudicando o início do mundial! É bom lembrar que foi ali que Bobby Fischer venceu o mundial de 1972, e faleceu em 2008, com 64 anos. Vai ver, ele anunciava o campeonato!

Depois de muitos e-mails e telefonemas para o meu amigo Dimitar Gogov, em Sófia, e muitas pesquisas de passagens aéreas na internet, comprei o bilhete e me preparei para assistir ao finzinho do match.

Eu cheguei durante a 9ª partida, quando o confronto estava empatado, o que me deixou com a certeza de ver as últimas 3 partidas e um possível tie-break.

Cheguei a Sófia no dia 6 de maio, com o Dimitar me esperando no aeroporto. Na polícia federal, disse, “vim assistir ao campeonato mundial entre Anand e Topalov”. Me parecia ser uma chave que abria qualquer porta! Era feriado nacional, dia de São Jorge, um dos mais importantes para as famílias búlgaras! Jantamos na casa da irmã dele, junto com seus pais. Foi o tradicional, segundo o meu amigo: assado de carneiro, as saladas de pepino e tomate com iogurte, salames, copa, queijo e a farofa de grãos de arroz e miúdos.
No almoço do dia seguinte o mesmo cardápio, claro, mais a pinga búlgara e a vodka russa. À tarde fomos ao Clube Militar de Cultura onde recebi meu crachá VIP da área do Topalov. Conheci autoridades búlgaras e o famoso “manager” de Topalov, Silvio Danaílov. Em rápida conversa com este, me disse da sua intenção de virem para o Brasil, em especial ao Rio de Janeiro e São Paulo para, quem sabe, um grande torneio. Claro, fui apresentado como “diretor financeiro” do Clube de Xadrez de Curitiba. Qual não foi nossa surpresa, ao ver no dia seguinte a reportagem de que “milionário brasileiro quer levar Topalov ao Brasil”! Para mim ficou claro que o Danailov fazia tudo para criar notícias e interesse pelo mundial na mídia.

Como disse Topalov na cerimônia de abertura, “é um acontecimento histórico para Bulgária. Somos um país pequeno. Não podemos organizar uma olimpíada. O xadrez é um caminho muito eficiente para fazer publicidade para nosso país”.

No mesmo dia o Danailov me apresentou ao jornalista do “La Nación”, o argentino Carlos Illardo. Foi a pessoa com quem mais conversei dentro daquele templo do xadrez e que me pediu ajuda, caso precisasse adiar sua volta, se houvesse o tie-break. Tirei uma foto dele com Stefanova no último dia.

A sala VIP, onde eu podia ficar assistindo confortavelmente o embate, com cafés (normal e descafeinado!), refrigerantes, pães com queijo, tomate, salame. Nela havia um televisor de LCD com as imagens dos enxadristas e em outra mais à esquerda a tela do computador com os movimentos da partida, como no “site” oficial. Várias pessoas importantes passaram ou eram freqüentadores assíduos da sala, como o secretário da presidência da Bulgária, a delegação chinesa, com o GM Wang, e outros GM como Cheparinov e Kiril Goergiev. Além do áudio com os comentários, dentre outros, da Stefanova.

Porém, eu preferia assistir no auditório, silencioso, escuro, só o palco iluminando Anand e Topalov. Eu ficava um pouco na sala VIP, comendo e tomando café com leite (o leite vinha em uns potinhos parecidos com os de danoninho, porém menores) e depois descia ao auditório, onde eu deixava meu celular e máquina fotográfica. Estes eram proibidos no local de disputa. Para entrar no auditório, era necessário passar por um detector de metais. A segurança era séria e formal.

Nos dias onde não havia jogos aproveitei para ir ao Monastério de Rilla, distante uns 120 km de Sófia, no sábado. Nos outros passeei no centro de Sófia, fui conhecer o que eu só via em fotos pelo site do Chessbase, inclusive os hotéis onde se hospedavam os jogadores.

Anand venceu a 12ª e última partida pelo campeonato mundial de xadrez realizado em Sofia, na Bulgária. O desafiante, Vaselin Topalov, apesar de todo o apoio recebido dentro de seu país, ficou nervoso e deixou que Anand, com as peças negras, iniciasse um ataque arrasador contra o rei branco. Uma partida memorável, que certamente ficará guardada pelo resto da minha vida nos meus pensamentos.

Cumprimentei o Anand ao fim da entrevista coletiva. Pedi seu autógrafo e quando disse que era do Brasil, ele levantou os olhos para mim e sorriu.

Na cerimônia de encerramento, entrevistei Topalov e Danaílov, que disseram quererem muito conhecer o Brasil. Eu havia pedido para o Danaílov para gravar um breve depoimento, quando surge o Topalov. Fui apresentado e apertei a mão do desafiante. Aproveitei para gravar os dois juntos. Nem em sonho eu podia imaginar que faria isto!

No segundo dia em Sófia, na manhã da 10ª partida, visitei a catedral Alexander Nevsky e alguns prédios históricos do centro. Muitas estátuas de leões, símbolo da cidade e que dá o nome à moeda búlgara – leva. Nas ruas centrais, muitos cafés, feiras de artesanato e de livros. Metrô tem ainda poucas estações, está sendo ampliado. O bonde e o trólebus ainda se fazem presentes. Os prédios dos subrbios com as fahadas mal-conservadas lembram um pouco a Cohab. Por dentro, apartamentos bem confortáveis, feitos para reter o calor, aquecedores a água em todos os cômodos – e em todos os loais em que passei – água quente em todas as torneiras, por sinal, exatamente as do mesmo tipo, fosse onde fosse onde eu estava (cafés, Mc Donald´s, apartamentos, restaurantes e demais locais públicos).

Prédios públicos sem muita segurança. Vi um casal trocando fraldas dos bebes praticamente na entrada do prédio, os seguranças e motoristas discutindo e se confraternizando em vozes altas em plena rua. E motoristas reclamando de forma contundente dos homens públicos ...
A Bulgária é um país que tem como vizinhos a Turquia ao sul, os países dos Bálcãs a oeste (Grécia, Macedônia, Eslovênia); ao norte a Romênia, e a leste o Mar Negro. Sua capital é Sófia, onde assisti ao campeonato mundial.

Clima mediterrâneo, povo de origem asiática.

Vi fotógrafos tirarem impressões de um pássaro comum na cidade, que me pareceu um corvo, mas que deduzi, devido aos inúmeros pinheiros, ser um parente da gralha azul.

(1) Topalov,V (2805) - Anand,V (2787) [D56]

Sofia BUL, WCC 2010 Game_12 Sofia BUL (12), 11.05.2010

1.d4 d5 2.c4 e6 3.Cf3 Cf6 4.Cc3 Be7 5.Bg5 h6 6.Bh4 0–0 7.e3 Ce4 8.Bxe7 Dxe7 9.Tc1 c6 10.Be2 Cxc3 11.Txc3 dxc4 12.Bxc4 Cd7 13.0–0 b6 14.Bd3 c5 15.Be4 Tb8 16.Dc2 Cf6 17.dxc5 Cxe4 18.Dxe4 bxc5 19.Dc2 Bb7 20.Cd2 (Topalov decide que vai restringir o bispo de casas brancas e se aproveitar das debilidades negras no flanco de dama) Tfd8 21.f3 Ba6 22.Tf2 (um lance muito discutido pelos analistas que acabaram compreendendo que assim Topalov ganharia um tempo) Td7 23.g3 Tbd8 24.Rg2 Bd3 25.Dc1 (Topalov demorou bastante para realizar este lance, que os analistas consideravam o mais lógico e normal) Ba6 (momento psicológico importante: Anand sabia que Topalov jamais repetiria lances!) 26.Ta3 (na minha opinião um plano estranho, anti-natural: os próximos lances brancos seguem uma obsessão em deixar o bispo das negras restrito) Bb7 27.Cb3 Tc7 28.Ca5 (fiel ao plano de deixar o bispo “morto”; Anand sabia do “monstro” que possuía nas mãos) Ba8 29.Cc4 (e se o Topalov jogasse agora e4??) e5! (aqui Danaílov soltou uma enorme exclamação: “AHHH!”; o momento psicológico ficava claramente a favor de Anand!) 30.e4 f5! (a esta altura eu olhava fixamente a tela da partida; eu sabia que a partida ia acabar com a vitória de um dos lados) 31.exf5? (com Cd2 Topalov manteria algumas chances de lutar pela vitória) e4! (penso que aqui Anand não temia mais nada; neste momento outros assessores de Topalov olhavam fixamente para Danaílov na sala VIP; sabiam que o sonho do título ia por água abaixo; Danaílov olhava, calado, fixamente a tela de jogo; sua expressão manifestava claramente a desilusão) 32.fxe4?? (um erro só explicado pela extrema tensão psicológica reinante. Topalov desejava ardentemente a luta e as complicações, mas a posição do rei branco é muito duvidosa, lembrando outras partidas com derrota de Topalov, como aquela famosa contra Kasparov; Anand sente o bom momento e ganha inspiração divina) Dxe4+ 33.Rh3 Td4! (tocam as trombetas! Anand está no céu!!) 34.Ce3 (neste momento deixei a sala VIP; queria assistir ao vivo, da silenciosa mas tensa platéia, o surgimento de um campeão mundial de xadrez) De8!! (lance que pode ter escapado aos cálculos de Topalov e que decreta de vez a derrota do desafiante) 35.g4 h5 36.Rh4 g5+ (buscando os caminhos mais belos de arremate) 37.fxg6 Dxg6 38.Df1 Txg4+ 39.Rh3 Te7! 40.Tf8+ (Topalov resiste de maneira incrível, demonstrando seu enorme poder de luta, valorizando ainda mais a partida) Rg7 41.Cf5+ Rh7! (eu estava sentado na platéia, mas ao meu lado cochichos rompiam o tremendo silêncio, que acabou por mobilizar os seguranças em atitude autoritária, com dedo em indicação “ou cala ou saí!”) 42.Tg3 Txg3+ 43.hxg3 Dg4+ 44.Rh2 Te2+ 45.Rg1 Tg2+ 46.Dxg2 Bxg2 47.Rxg2 De2+ (daqui pra frente Anand mostra toda a sua técnica, já seguro que manterá o título de campeão do mundo) 48.Rh3 c4! 49.a4 a5 50.Tf6 Rg8! 51.Ch6+ Rg7 52.Tb6 De4 53.Rh2 Rh7! 54.Td6 De5 55.Cf7 Dxb2+ 56.Rh3 Dg7! 0–1


Interessante novo hóspede veio para o jogo entre o Campeonato Mundial de Xadrez Veselin Topalov e Viswanathan Anand - milionário brasileiro e diretor financeiro Leonardo Andrade de Dezembro.

"Não é só homem muito rico, mas muito interessado no xadrez - informar Silvio Danailov, gerente de Topalov. - Vai ter palestras sobre a possível organização do torneio "Grand Slam", no Rio de Janeiro ou São Paulo. "

Vídeos:



Vídeos sobre Sófia

Por enquanto é isto!

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sonho??

Alo Amigos,

Bem, estou escrevendo às vésperas de embarcar para ... Sófia! Meu amigo Dimitar me convidou e lá vou eu para a Bulgária, país de clima mediterrâneo, vizinho de países como Grécia a oeste, Romênia ao norte, Turquia ao sul. A leste da Bulgária o Mar Negro, muito famoso pelas suas belezas naturais.
Alfabeto cirílico ... algumas letras já decorei, mas até aí ...
Em Sófia está acontecendo o mundial de xadrez entre o atual campeão, Anand, e o búlgaro Topalov. vou ter a oportunidade de assistir as últimas partidas, com ingresso vip!
Nos dias 6, 7, 8 e 9 é feriado na Bulgária. Acredito que esta parte da Europa, ainda muito misteriosa, possa se revelar hospitaleira e bela. Se depender do Dimitar, já está sendo!
Trarei muitas histórias e imagens desta aventura.
Até a volta!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Uma Avalanche que não caiu e um Tributo

Amigos,

Acho que eu estava a tanto tempo sem postar nada, que esqueci até do título quando falei sobre a minha palestra no CXC. Que vergonha!

A palestra repercutiu muito bem. Afinal, é fácil falar quando temos um ótimo livro como o do Smyslov e o do Kasparov.

Em breve farei no CXC um concurso cultural, que distribuirá como primeiro premio um livro autografado do Mestre Internacional Helder Câmara, "Caíssa". Um excelente livro, com 64 crônicas, uma para cada casa do tabuleiro ...
Como premios adicionais, darei o dvd "Uma Aventura no Reino do Xadrez", e talvez algum outro brinde como incentivo.

Enquanto isto, gostaria de adicionar os vídeos que foram gravados na palestra, como pequena amostra do nosso trabalho no CXC.









terça-feira, 20 de abril de 2010

II Noite Árabe no CXC

Amigos,

No último sábado, 17/04/2010, tivemos mais uma noite de festa no Clube de Xadrez de Curitiba. Foi a Noite Árabe, patrocinada pelo Baba Salim, do amigo Jamal.

Quem visitou a página do CXC pode ver em vídeos e fotos o imenso sucesso do evento.

Não era xadrez, não. Era mesmo um jantar com a "Dança do Ventre", para confraternização dos sócios, angariação de fundos e mais publicidade para o clube.

São eventos como este que demonstram o trabalho que a atual diretoria, encabeçada pelo Acyr Calçado, vem fazendo em prol do xadrez paranaense. Trabalho, esforço, ideal!


sábado, 17 de abril de 2010

Olá Amigos,

Devo pedir desculpas pela falta de postagens! Muito trabalho nestes dias interromperam meus textos. Porém, prometo restabelecer contato com mais frequencia!

Por enquanto, segue a palestra que ministrei no CXC em 14/04/2010:

“Uma Avalanche que não caiu e um Tributo”


Clube de Xadrez de Curitiba, 14/04/2010

“A Avalanche que não caiu”
Na palestra do amigo Henrique Marinho, que versou sobre o tema da “Avalanche de Peões Centrais em Campo Aberto”, da qual gostei muito, fiquei surpreso com a facilidade que os peões decidiam o jogo, pouco importando o material perdido em algumas posições.

Pensando no tema da minha palestra, poucos dias depois, eis que me defronto, com surpresa, com a “avalanche” abaixo:

Anderssen (1846)


1.De1!, fxe1=D; 2.Td4, d1=D; 3.Ta4+, Bxa4; 4.b4+, Dxb4; 5.axb4++


“Tributo”

Eu gostaria de deixar aqui meu tributo ao ex-campeão mundial, Vassily Smyslov, que faleceu recentemente, após completar 89 anos.

O livro “Partidas Selecionadas”, com tradução do General Ayrton Tourinho, foi marcante na vida de muitos enxadristas brasileiros, por conter muita qualidade e grandes ensinamentos, que influenciou toda uma geração.

Foram muitas as partidas deste livro que me deixaram forte impressão, e hoje compreendo como ele se incorporou aos meus pensamentos.

A meu ver, Smyslov tem um estilo muito parecido com o de Capablanca, um xadrez com lances simples, mas uma visão estratégica muito profunda e incomum, solucionando problemas táticos com muita intuição.

Como Capablanca, Smyslov foi um ótimo finalista, o que diferencia o seu estilo de jogo; partidas tranqüilas que se encaminham para finais resolvidos sempre com muita técnica.

Smyslov (1976)


Uma possibilidade para as negras é a linha: 1.Bb4, Rd3 (1. ..., Rxb4; 2.f7); 2.Re1, f3!; 3.gxf3, e2; 4.f7, Bf4 e Bg3++. Outra alternativa, 1.Be1, Rd3; 2.Bxh4, Rd2; 3.Be1+, Rd1; 4.f7, Ba3; 5.Bc3, Bc5! e ...6.e2++

1.f7, Ba3; 2.Bg7, f3!; 3.gxf3

(Não 3.f8=D Bxf8; 4.Bxf8, e2+; 5.Rf2, fxg2! e coroam).

3. ..., Rd3; 4.f8=B!!

(promover uma dama permitiria 4. ..., e2+; 5.Rf2, Bc5+!; 6.Dxc5, e1=D+; 7.Rxe1 – afogado!)

4. ..., e2+

(o bispo extra joga seu papel em caso de 4. ..., Bc1; 5.Bh6, Bd2; 6.Rg2, Be1; 7.Bc5, e2; Bf2 ganhando).

5.Rf2, e1=D+!; 6.Rxe1, Re3; 7.f4!, Rxf4; 8.Rf2, Bc1; 9.Bh6+ e as brancas vencem.


Smyslov,Vassily - Reshevsky,Samuel Herman [C82]

USA-URS radio m Soviet Union (1), 1945

1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Ab5 a6 4.Aa4 Cf6 5.0–0 Cxe4 (Reshevsky esperava que o velho plano de ataque, que ele havia preparado para o encontro, não fosse suficientemente familiar para o seu adversário – V. S.) 6.d4 b5 7.Ab3 d5 8.dxe5 Ae6 9.c3 Ac5 10.Cbd2 0–0 11.Ac2 f5 12.Cb3 Ab6 13.Cbd4 Cxd4 14.Cxd4 Axd4 15.cxd4 f4 16.f3 Cg3 (conclusão lógica dentro da idéia da abertura escolhida. Não muito antes do encontro pelo rádio URSS x EUA, esta posição ocorreu em duas partidas de Boleslavsky, contra Ragosin e Botvinnik e suscitou grande interesse entre os enxadristas da URSS – G. K.) 17.hxg3 fxg3 18.Dd3! Af5 19.Dxf5! (belo e inesperado sacrifício, que diferencia um Grande Mestre de um amador – Valério Andrade) Txf5 20.Axf5 Dh4 21.Ah3 Dxd4+ 22.Rh1 Dxe5 23.Ad2




“Chegou-se a uma posição muito interessante. As pretas têm uma dama por torre e dois bispos, e em breve se formará uma avalanche de peões pretos na ala da dama. Quem tem as melhores chances na complicada batalha que se aproxima é uma pergunta que ainda espera uma resposta definitiva” (Smyslov). Lamentavelmente, tenho a impressão de que a variante é evitada por ambos os lados hoje em dia. Por instinto, acho que as brancas devem estar melhores, embora o computador confira uma vantagem gigantesca para as pretas. Em geral, a situação é pouco clara, mas jogar com as brancas é mais interessante: existe a possibilidade de atacar (Kasparov).

No livro “Partidas Selecionadas de Smyslov”, a tradução do Ayrton Tourinho é um pouco diferente. Smyslov consideraria conclusivas as variantes que se seguiam nesta partida, em favor das brancas.

(Boleslavsky x Botvinnik, 1943)


Bf8! , com mate inevitável com Th6!!

Dxb2 (incrível! Nessa altura, quando Reshevsky está com quatro peões de vantagem, quem apostaria em Smyslov? – V. A.) 24.Af4 c5? (com isto as pretas “esquecem” de seu peão dama; segundo Kasparov o avanço do peão dama – d4-d3-d2 era o correto. A diferença é que com este avanço, as brancas não conseguiriam uma rede de mate para o rei preto) 25.Ae6+ Rh8 (enquanto Smyslov utilizou apenas 6 minutos de seu tempo, até aqui, Reshevsky já entrou no “apuro” - G.K.) 26.Axd5 Td8 27.Tad1 c4 28.Axg3 c3 29.Ae5! (os bispos cumprem uma função dupla: apontam para o rei inimigo e “olham” para trás, freando os peões – G.K.) b4 30.Ab3 Td2! 31.f4! h5 32.Tb1 Tf2! 33.Tfe1 Dd2 34.Tbd1 Db2 35.Td8+ Rh7 36.Ag8+ Rg6 37.Td6+ Rf5 38.Ae6+ Rg6 39.Ad5+ Rh7 40.Ae4+ Rg8 41.Ag6! 1–0

“Tributo 2”, por Henrique Marinho



24.Cf5!

"Sacrifício de peça típico da posição. Aconselha-se às brancas esquecerem momentâneamente o desejo de recuperar a peça e aumentarem gradativamente a potência do ataque. Não se deve aqui calcular (grifo) profundas combinações, mas confiar (grifo) numa apreciação da posição baseada em princípios gerais".

Bibliografia:

Partidas Selecionadas de V.V. Smyslov, Ibrasa, 5ª Edição, 1978, tradução de Ayrton Tourinho

Meus Grandes Predecessores Vol 2, Kasparov, Editora Solis, 1ª Edição, 2005, tradução de Giovanni Vescovi

El Verdadero Valor de Las Piezas, Andrew Soltis, Editora Tutor, 2008, tradução de Antonio Guide

Revista Manchete, coluna de Valério Andrade, “Partidas Inesquecíveis, nº.38”

Abraços!

quarta-feira, 10 de março de 2010

Os 300 de Caxias

Amigos enxadristas,



Desta vez a alegria contagiou a todos! Estar presente nesta verdadeira Festa de Caíssa foi de um sabor tão bom quanto o de um excelente vinho (uvas de Caxias do Sul).
Foram quase 300 jogadores, lutadores tão ferozes quanto os espartanos! Imaginem Mestres e amigos queridos, Everaldo e Frederico Matsuura, Rodrigo Disconzi, Hermann Claudius, Tsuboi, Alfeu Bueno, Krikor. Que dizer então dos GMs da qualidade de Rafael Leitão, Giovanni Vescovi, Milos, André Diamant, Mareco, Flores, Andres Rodrigues ... Imaginem então Ulf Anderson, Mequinho. E se eu dissesse a voces, Vassily Ivanchuck?? Pois é, o "cara" estava lá! Em carne, osso, boné e paletó surrado, como disse o poeta Joca.

Eu tive meu momento de glória, a honra de jogar no "cercadinho", na segunda rodada, com o GM Andres Rodrigues (URU) , ao lado da mesa do Sandro Mareco e na mesa de trás do Ulf Anderson e Mequinho. Quem diria?

 

Joguei uma partida interessante contra o Andres Rodrigues, mas ao final ele saiu muito feliz - fez um lindo sacrifício de dama na minha cabeça, posição de problema de mate em 2!!
Acho que a grande vitória no torneio aconteceu com a presença do nosso amigo Francisco Terzian, que mesmo com algumas dificuldades de saúde jogou um torneio muito bom, perdendo para o MI Herman Claudius, para o Luiz Mena Barreto e para o simpático paulistano Milson Theodoro . A força de vontade e o seu conhecimento enxadrístico superaram uma longa e desgastante viajem de carro na ida a Caxias (ficamos 11 horas na estrada!) e ainda dirigiu praticamnete todo o caminho de volta, com o copiloto aqui totalmente destruído (seja pelas derrotas patatísticas, seja pela falta de sono - lembrando que o tal Terzian roncou um monte).Foram mais 10 horas de volta! Isto depois de 20 anos sem jogar torneio! E ele já prometeu - "São José dos Pinhais, aí vou eu!".

André Boff e demais amigos da organização (em especial para o Marco Barbosa), 2012, estaremos de volta!


domingo, 28 de fevereiro de 2010

Dinheiro e Trabalho

Amigos libertários,

Para entender bem o que vou escrever abaixo, sugiro ler primeiro o blog da Lola. Me chamou atenção a polêmica nos comentários do post "Devendo Notícias".
A Lola jogou lá no Clube de Xadrez de São Paulo no início dos anos 90 e hoje é casada com o Silvio Cunha. Para quem não sabe, eles estavam morando em Joinville e se mudaram para Fortaleza, ela passou no concurso público de professora da Universidade Federal.
De cara precisou de assistência médica, e descobriu a dura realidade do nordeste brasileiro, a inadequada prestação de serviços de saúde, além é claro, dos inúmeros pedintes Início da discussão: baixos salários, poucos profissionais da área da saúde.
Quem ganha bem no Brasil? Médicos, advogados, engenheiros. Eu incluiria, em um patamar um pouco mais baixo, profissionais de informática. Professores de xadrez? Devem estar num dos degraus mais baixos das profissões ... eles existem?
Nos comentários a discussão foi de alto nível. Muitos argumentos bem fundamentados. Mas fiquei com uma vontade enorme de expor minha opinião. Como ela é um pouco longa, preferi ter mais espaço aqui no meu blog.
Eu trabalhei muito tempo como analista de sistemas, e de vez em quando ainda tenho minhas recaídas. É um trabalho que exige muita atenção, raciocínio lógico, tecnicas de programação e linguagem de computador. E quando se está no sistema financeiro - a informática está em todos os ramos da sociedade - a pressão por resultados é enorme. Quantas vezes fui acordado de madrugada para resolver problemas intrincados, ou mesmo nem dormi, acompanhando processamentos cheio de falhas? Ou quantas mesquinharias, canalhices, desaforos e, como diria meu amigo Diniz, humilhações, passamos com um único objetivo: ganhar dinheiro.
Acredito que em qualquer profissão voce possa se dedicar e ganhar dinheiro. Pelo menos o suficiente para atender suas reais necessidades e levar uma vida feliz.
Hoje eu digo que não existe nada melhor do que voce poder chegar em casa, por a cabeça no travesseiro e dormir tranquilo.
Acredito que o trabalho deva nos dar motivo para levantar da cama com alegria e sabendo estar realizando alguma coisa que vaí beneficiar a sociedade como um todo.
Como professor de xadrez, acredito estar podendo proporcionar o prazer em descobrir, em pensar, em saber analisar, refletir e antever as consequencias de nossos atos. Acredito mesmo nos benefícios que traz o aprendizado do jogo de xadrez para as crianças. Se elas vão ou não ser campeões, isto é o que menos importa.
Torço para que a Lola e o Silvio possam realizar um excelente trabalho lá no Ceará! Tenho certeza de que o fruto desse trabalho será bem saboroso!

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte IV

 
O primeiro dos grandes desafios técnicos para a realização do vídeo era a parte do desenho animado, que conta a lenda da origem do jogo de xadrez.

Imaginem, Curitiba 1997, fazer uma animação, mesmo que curta (cinco minutos). Onde conseguiríamos um estúdio com a qualidade necessária? Claro, já havíamos feito um orçamento. Porém, quando fomos conversar com o desenhista, tivemos uma decepção. A Silvana queria que o resultado fosse parecido tecnicamente com uma aquarela. O nosso desenhista ficou bem preocupado, ele não tinha a menor ideia de como realizar a animação, ainda mais com todos aqueles detalhes!

Fiquei alguns dias atordoado, muito chateado mesmo, pois era uma das partes mais importante do vídeo, onde os personagens deixariam de ser de carne e osso para se transformarem em desenhos animados! Era o trecho projetado para atender diretamente o nosso público alvo, atingir em cheio a criançada.

No meio da minha angustia, um dos amigos do Clube de Xadrez "Erbo Stenzel", o Artur Monteiro, enxadrista morando atualmente em Campo Mourão/PR, veio conversar comigo no local onde eu trabalhava à época. Eu contei a ele da dificuldade que estávamos tendo de encontrar algum estúdio que fizesse o desenho animado. Pois não é que o Artur virou pra mim e disse, "por quê você não conversa com o meu primo?". Bem, nem precisa dizer que fiz uma cara de desprezo, dizendo, "e quem é o seu primo????"

Pois o primo do Artur, Luciano Lagares, fez com que meu ânimo voltasse. Fui com outro cineasta paranaense, o Paulo Munhoz, conversar com o Lagares. Este nos mostrou seus trabalhos e eu os levei até a Silvana, que o aprovou imediatamente! A produtora dele foi contratada, aceitaram o valor que o projeto dispunha para a realização, isso depois de uma enorme negociação. Disse a ele que a concretização do desenho animado poderia retribuir com uma ampla divulgação da empresa dele, a hoje "Open The Door". Dito e feito, o Luciano foi convidado para entrevistas na TV Educativa/PR, além de outras divulgações na mídia. Tenho até hoje o Story Board e fotos da produção à época. Foi feito também um making off, ainda original.

A dublagem do desenho animado foi um capítulo à parte, contarei mais pra frente.



terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Reportagem de 1997

Inédito! Quando começamos a produzir o vídeo "Uma Aventura no Reino do Xadrez" em 1997, nos dias da filmagem da partida "ao vivo", em pleno sábado e domingo de carnaval (nada mais apropriado, devido às fantasias), a reportagem da Globo/PR veio ver o que estávamos realizando.
Foi uma excelente matéria, exibida no jornal local, na hora do almoço. Muita gente me ligou dizendo que tinha me visto na TV! Muitos deles sequer eu conhecia.
Para quem tinha curiosidade de conhecer um pouco dos bastidores das gravações, trata-se de um pedacinho do "making off" que ainda estamos devendo. 
Bem, sem mais confetes e serpentinas ... bom divertimento!



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte III

Quando a diretora e roteirista, Silvana Corona, saiu com o projeto debaixo do braço, contratando a equipe técnica, jamais podia imaginar que logo nos primeiros dias, na hora do almoço, ia conseguir fazer contato com uma pessoa que seria o futuro figurinista do filme.
Ela parou num restaurante árabe na rua XV de Novembro, por coincidência bem na frente da sede do Clube de Xadrez de Curitiba. Deixou a papelada do projeto em cima do balcão para poder fazer o pedido. O rapaz que estava ao lado na fila, bateu o olho no documento e percebeu que se tratava de um projeto cultural de um vídeo e puxou papo.

A Silvana estava justamente iniciando a procura de alguém que conseguisse desenhar os figurinos do que seria a partida de xadrez "ao vivo", ou seja, com as peças em carne, osso e fantasia.
Começaram a conversa e o rapaz se apresentou: havia recém chegado da Alemanha, onde fez trabalhos com peças de teatro e estava à procura de emprego.
A entrevista foi agendada e o portfolio do Luciano Buchman, que depois foi trabalhar na Fundação Cultural de Curitiba com aulas de artes, foi contratado. Os desenhos dos figurinos que ele apresentou foram muito bons, conseguindo captar o espírito do que a Silvana queria para a cena. O Luciano por sua vez se encarregou de contratar o "Do Avesso Estúdio" que fabricou as fantasias.
Muito tempo depois da estréia do vídeo, uma professora de Pato Branco/PR nos procurou, dizendo que usava a nossa fita (na época VHS) nas suas aulas de xadrez e nos perguntou sobre as fantasias usadas no filme. Um dos lugares que primeiro comprou o vídeo tinha sido justamente a Prefeitura de Pato Branco, e ao pedido de que doássemos as fantasias a eles, não pensei duas vezes em disponibilizá-las.
Tenho certeza de que o destino daquelas fantasias, em apresentações de partidas "ao vivo" representaram muito para o desenvolvimento e divulgação do xadrez naquela cidade. Numa das vezes que fui até Pato Branco, entrei na biblioteca ao lado do teatro da cidade e lá estava uma placa de "sala de xadrez".



quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Aniversário do CXC

Caros enxadristas,

Hoje, 28 de janeiro, é uma data especial para o xadrez brasileiro: o Clube de Xadrez de Curitiba está comemorando 72 anos de existência! Com certeza, um dos clubes de xadrez mais antigos do Brasil. Como comparação, lembro que o Clube de Xadrez de São Paulo tem 108 anos!!

Apesar do xadrez não ser "o" esporte do brasileiro, ele é muito popular em nosso país. Os torneios escolares que tem sido realizados, conseguem reunir até 2.000 crianças. Pelo menos como lazer, o xadrez é muito praticado. Profissionalmente ainda é para poucos, mas estamos numa evidente evolução!

O Clube de Xadrez de Curitiba segue sua tradição: realiza no ano diversos eventos importantes do calendário enxadrístico nacional. Nos dois últimos anos sediou o Campeonato Brasileiro Amador. Em 2009 realizou o Festival Nacional Interclubes de Xadrez - e foi o campeão, aliás, bi-campeão.

O CXC tem realizado palestras excelentes toda semana, com palestrantes do quilate de Frederico Matsuura, Justo Chemin, Ernesto Pereira, Henrique Marinho (que tem até fãs espalhados pelo Brasil que nos procuram para saber de suas palestras), Rodrigo Disconzi, Aloisio Ponti, Adwilhans Souza, Acyr Calçado, Aron Correa, Francisco Terzian entre tantos outros sócios do clube. Vale a pena visitar a página das palestras.

Atividades como aulas (Bolivar Gonzalez) e torneios de rápido e relâmpago são outra constante do clube.




O site do CXC: http://www.cxc.org.br/

Espero poder jogar o torneio dos 100 anos do CXC ao lado de dezenas de GMs brasileiros!

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Brasil: 9º Grande Mestre

Amigos e amigas,

Felipe El Debs passa a ser o mais novo Grande Mestre brasileiro. Ele conquistou mais uma norma no último torneio realizado em Campinas, o "Wanderley Canson" ou "Canarinho".
Também o argentino, quase curitibano, Sandro Mareco, conseguiu sua norma. Outro que (falta confirmar) atingiu este objetivo foi o paranaense Everaldo Matsuura.
Esperamos que em breve o Krikor, que tem excelente blog. seja o nosso 10º Grande Mestre!

Parabéns a todos!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte II

Em 1995 dei um curso de capacitação para professores da rede municipal de Curitiba, na maioria, professores de educação física. Ao final do curso estava previsto a projeção de um vídeo sobre o desenvolvimento do xadrez escolar na Argentina. Eu estava muito curioso em saber o que os argentinos faziam, pois lá estavam surgindo muitos bons jogadores que logo chegavam a Mestre Internacional.

Eu não conhecia, então, o que seria projetado. Poucos minutos após o início do vídeo, uma decepção total. O que se tentava mostrar eram torneios de xadrez escolar, praticamente sem som, imagens "empasteladas", de longe, ou seja, uma coisa horripilante, que pela precariedade de imagens, fui obrigado a interromper bruscamente. Todos os professores compreenderam imediatamente a falta de recursos audiovisuais para as aulas de xadrez.
Saí daquela aula com a intenção de realizar um vídeo que auxiliasse os professores de xadrez a despertar o interesse nas crianças e que servisse de "aula inaugural".
Naqueles tempos estava já em vigor a Lei de Incentivo à Cultura do município. Procurei auxílio de algumas pessoas que sabiam os caminhos burocráticos, inscrevemos o projeto e em 1996 ele foi aprovado. Já no final deste mesmo ano estávamos com quase todos os recursos disponíveis em conta (na época, em torno de R$ 100.000,00), através do incentivo das empresas Siemens (na época existia a Equitel).
O projeto era muito elogiado por todos por ter um valor educativo e com público direcionado para crianças. Por isto foi fácil conseguir o incentivo.
Nossa primeira missão foi elaborar o roteiro. A diretora e roteirista, Silvana Corona, conseguiu escrever um excelente texto, incluindo uma adaptação da lenda da origem do jogo de xadrez de um livro que eu tinha, do Malba Tahan, o famoso "O Homem que Calculava".
Contratamos o Beto Carminatti como camera e diretor de fotografia, juntamente com um recém chegado da academia de cinema de Cuba, que também foi diretor de fotografia, Luciano Coelho. Depois os produtores, equipe tecnica, atores e o figurinista. Aqui começa uma outra história ...

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Uma Aventura no Reino do Xadrez - Parte I

Olá Amigos,



Já faz doze anos que lançamos o vídeo "Uma Aventura no Reino do Xadrez". 
Tenho certeza de que nossos objetivos foram cumpridos. Um vídeo que despertasse o interesse de crianças para aprenderem xadrez e que auxiliasse os professores numa espécie de "aula inaugural".
Os resultados obtidos me surpreenderam, recebi diversos elogios de professores de diversas cidades do Brasil e até de Portugal. 


Com o vídeo fui convidado a ministrar palestras, participei de evento no Rio de Janeiro ao lado de nomes como do Antonio Villar e do José Carlos Gonçalves Pereira. Também fui convidado pela professora Eugênia Oliveira da secretaria da educação de São Paulo a participar no ginásio do Pacaembu da festa de 450 anos da cidade, que reuniu vários simultanistas e os GMs Kasparov, Karpov, Anand, Morovic, Milos, Vescovi e Leitão. O que dizer então de participar de curso de extensão na Unicamp, com a profª Renata Bosso e o prof. William Idrani?
O resultado das vendas foi expressivo, mais de 1.000 vendidas (entre fitas vhs e dvds), sendo que em algumas prefeituras foram mais de 50 de uma só vez.
Ter conseguido vender 3 dvds para Portugal foram marcantes, saber que o nosso trabalho atravessava fronteiras e que de lá do velho continente também vinham elogios.
É muito gratificante quando ouvimos "o meu filho já viu tantas vezes que preciso de um novo dvd",  ou professores como o MI Antonio Carlos Resende dizendo que precisava de nova cópia, pois a dele já havia "desbotado", de tantas e tantas exibições.
Muitas pessoas me questionam sobre um novo vídeo para seguir os passos do primeiro. O projeto existe e o roteiro já está registrado na Biblioteca Nacional, mas é ainda muito caro para ser viabilizado. Estamos esperando uma oportunidade com a nova lei de incentivo à cultura.
Em próximos "posts" eu gostaria de contar um pouco como foi a produção deste vídeo, muitas coincidências aconteceram, tudo convergiu para que ele "nascesse".
Aguardem ...